A música progressiva e o hard rock vêm ganhando nos últimos trinta anos
alguma evidência e com novas roupagens e concepções sonoras dignas de audição e
consequente respeito de nossa parte, os fãs. Gostaria de apresentar a todos uma
banda canadense que é relativamente nova, mas já está na cena o suficiente para
adquirir uma boa quantidade de interessados arrebatados pela sua sonoridade que
flerta com o novo, dada algumas peculiaridades, mas que, ao mesmo tempo,
homenageia o antigo, os anos 1970, mas sem soar datado.
A banda atingiu certo
reconhecimento pela Europa, mas é pouco conhecida no Brasil. Falo do BLOOD CEREMONY. A banda foi formada em 2006 e lançou o seu debut apenas em 2008 de
nome “Blood Ceremony”, alvo de minha resenha de hoje.
Lembro-me de ter feito a minha primeira audição do Blood Ceremony há alguns anos atrás e o que me cativou foi o fato da banda flertar em muitas vertentes sonoras oriundos do longínquo anos 1970, como hard rock, rock progressivo, heavy metal, occult rock entre outros. A banda tem uma incrível capacidade de se comunicar com tantas vertentes que, teoricamente, não deveriam ser reunidos em uma só música, mas o faz com contundência, substância e muita criatividade.
Lembro-me de ter feito a minha primeira audição do Blood Ceremony há alguns anos atrás e o que me cativou foi o fato da banda flertar em muitas vertentes sonoras oriundos do longínquo anos 1970, como hard rock, rock progressivo, heavy metal, occult rock entre outros. A banda tem uma incrível capacidade de se comunicar com tantas vertentes que, teoricamente, não deveriam ser reunidos em uma só música, mas o faz com contundência, substância e muita criatividade.
Tentem analisar o seguinte: Juntem o folk progressivo do
Jethro Tull com o hard rock com pitadas de doom metal do Black Sabbath e a
temática ocultista do Coven: você tem o Blood Ceremony! É possível? Eu não
achava, mas sim amigos leitores, é possível!
Um hard prog obscuro que dignifica as
vilipendiadas bandas do gênero esquecidas nos confins dos anos 1970. O nome,
“Blood Ceremony” é inspirado de um filme de terror dirigido por um diretor
espanhol chamado Jorge Grau intitulado “Cerimônia Sangrenta”, cuja história
gira em torno de um evento real em 1610 com a famosa condessa Bathory
Eszerbeth, conhecida por seu nível altíssimo de psicopatia e sadismo, onde
matava as pessoas e bebia seu sangue, acreditando que teria a sua juventude
eterna.
Acredita-se que a lenda dos vampiros tenha começado com ela. Bem,
histórias à parte, o Blood Ceremony neste disco era formado por: Sean Kennedy
na guitarra, Chris Landon no baixo, Andrew Haust na bateria e Alia O'Brien nos
vocais, flauta e órgão.
Toda a aura do disco, que dá
a banda a atmosfera de progressivo obscuro é graças a vocalista excelente Alia
O’Brien que também toca flauta e órgão. A flauta é o instrumento presente neste
álbum e o peso do mesmo conta com a “cozinha” maravilhosa (baixo e bateria) e a
guitarra com excelentes solos e riffs.
A primeira faixa “Master of Confusion”
começa com um órgão tocado de forma obscura e que nos conduz ao fim dos anos
60, bem lisérgico, que explode em um hard rock ao estilo Black Sabbath ou com o
frenesi do The Doors. A qualidade e a peculiaridade da música e que descreverá
toda a proposta do álbum.
"Master of Confusion", live
“I'm Coming With You” tem
uma levada doom com pitadas mais do que generosas de rock e progressivo ao
estilo Jethro Tull com a flauta em destaque.
"I'm Coming With You", live in Chicago
“Into The Coven” mostra um pouco
dos riffs de guitarra e da sonoridade do heavy progressivo obscuro do Mercyful Fate, com uma atmosfera densa e carregada.
Blood Ceremony - "Into the Coven", live in Belgium
“A
Wine of Wizardry” tem mais uma vez a flauta como instrumento de destaque e me
remete a bandas como o Focus, por exemplo, bem medieval. “Rare Lord” tem uma
pegada bem dark, um progressive dark de ótima qualidade que deixaria felizes
bandas como Goblin e Black Widow, uma atmosfera meio space rock ou algo do
tipo.
"Rare Lord"
“Return to Forever” tem uma participação da banda, todos se destacam,
baixo, bateria e guitarra dão a música o peso que é regido pelo vocal hipnótico
de Alia. “Hop Toad” mostra o lado obscuro, mais uma vez, com pegadas de hard
progressivo com a flauta sempre presente em contraponto ao peso. “Children of
the Future” é linda demais, com riffs lentos e pesados com um fundo progressivo
e folk, mostra toda a versatilidade da banda. O som pagão e marginal!
"Children of the Future", live at Berlin (2011)
E fechando o álbum temos “Hymn to
Pan” com o Blood Ceremony mostrando versatilidade, uma miscelânea de estilos, com progressivo,
lisergia garantida pelo órgão, peso na medida, uma grande faixa de progressivo,
psicodélico, hard. Enfim, o Blood Ceremony já é a síntese da realidade positiva
do progressivo e hard rock mostrando que a cena está viva e com substância.
A banda:
Sean Kennedy na Guitarra
Chris Landon no Baixo
Andrew Haust na Bateria
Alia O'Brien nos Vocais,
Flauta e Teclados
Faixas:
1 - Master Of Confusion
2 - I'm Coming With You
3 - Into The Coven
4 - A Wine Of Wizardry
5 - Rare Lord
6 - Return To Forever
7 - Hop Toad
8 - Children Of The Future
9 - Hymn To Pan
"Blood Ceremony" (2008)
Nenhum comentário:
Postar um comentário