Há alguns trabalhos que
subvertem o tempo. O tempo e as suas modas, fases e conveniências que somos
obrigados a seguir para se adequar, para se sentir parte dos grupos sociais. E
quando testemunhamos alguns abnegados, os marginais que defendem, a todo custo,
a verdade da sua música e quando há um grupo que compra a ideia, faz com que
nunca saia da moda, haja vista que modismos traz consigo a imposição e arte,
quando bem construída e revolucionária, não tem idade, não sucumbe ao tempo, a
sua cronologia, pelo contrário, se renova a cada dia, tornando-se contundente
para a vida de quem a consome, de quem se identifica com a sua manifestação.
E o rock n’ roll que, para
alguns, está morto, revela-se vivo, pleno e altivo quando vemos que aqueles que
subvertem a ordem ainda conseguem trazer verdadeiras personificações do estilo
sem soar datado ou piegas, aquele clichê travestido de cópias. Algumas bandas
que atravessam o tempo, mesmo com todas as adversidades que se materializam no
seu caminho, conseguem se reerguer, se fortalecer, sobreviver, viver por
intermédio de sua obra, que impactam decisivamente nas vidas de quem ouve seus
álbuns.
O álbum conceitual que
parecia ter sucumbido ao tempo e sido enterrado nos áureos tempos do rock
progressivo dos anos 1970 é um exemplo de que a sua proposta torna eloquente o
viés cultural e que esmurra o status quo de forma impiedosa, nos fazendo
refletir, entender e agir diante de cenários tão opressores e pasteurizados que
vivemos em dias atuais.
As sombras da arte de tais
álbuns conceituais nos trazem a luz necessária para enxergar quem somos, o que
nos tornamos e para onde vamos e para quem acha ou associa o rock a apenas
festas regadas a drogas e bebidas, não, o rock nos incita a pensar, a romper
tabus que ainda insistem em nos deixar de joelhos inoperantes e vulneráveis.
E uma banda que, em minhas
viagens garimpais, descobri quase que de forma ocasional, retornara a cena rock
com um álbum ousado, magnífico e que se volta para o passado para refletir o
presente, projetando um futuro, um futuro menos tóxico e destrutivo da alma e
do corpo. Uma banda que superou todas as adversidades de uma indústria
fonográfica que deveria enaltecer, mas que marginaliza, que corrompe e é
corrompida e décadas depois, como a fênix, ressurge das cinzas e protagoniza a
sua qualidade sonora de forma contundente, décadas e décadas depois.
As dificuldades, as agruras,
o precoce fim pelos infortúnios do ostracismo fez com que essa banda se
tornasse forte, invencível e mesmo que aquém ao glamour que deforma, sobreviveu
e vive divinamente por intermédio de sua arte, da forma mais genuína e pura que
se pode esperar ao observar a proposta que defende no seu estilo de música que,
para muitos que tem dificuldade de entender a sua dimensão, rejeita veementemente.
O hard rock, o dark prog tão solenemente executado pela excelente banda italiana MAGIA NERA retornou com um audacioso trabalho, o seu segundo rebento, o seu segundo filho, concebido de uma forma tão delicada e complexa, mas ao mesmo tempo tão orgânico, imponente e cheio de si. Falo de “Montecristo”, de 2020. O título denuncia que o álbum é baseado na obra icônica do igualmente icônico escritor Alexandre Dumas, o “Conde de Montecristo”.
“Conde de Montecristo” é um
romance de aventura francês que foi concluído, por Dumas, em colaboração com
Auguste Maquet, em 1844. Inicialmente publicado como folhetim, de 1844 a 1846 e
foi baseada na vida de Pierre Picaud onde o marinheiro Edmond Dantès é preso
injustamente. Na prisão tem amizade com um abade, que lhe indica uma misteriosa
fortuna, iniciando assim uma trajetória de vingança.
É considerado, juntamente
com “Os Três Mosqueteiros”, uma das mais populares obras de Dumas, e é
frequentemente incluída nas listas de livros mais vendidos de todos os tempos.
O nome do romance surgiu quando Dumas a caminho da Ilha Monte-Cristo, com o
sobrinho de Napoleão, disse que usaria a ilha como cenário de um romance.
Voltando ao Magia Nera e a
sua jovem discografia que nasce, resultado de um hiato de quase cinquenta anos,
o segundo álbum geralmente traz à tona ou prova a qualidade da banda ou a
ausência de tais predicados o que geralmente acontece, mas percebemos visíveis
nuances de um crescimento, de uma maturidade sonora.
A banda se afasta
declaradamente do hard rock mais incisivo que marcou o seu debut, “L'ultima danza di Ophelia”, lançado em 2017, revelando um álbum com tendências
progressivas mais evidentes reforçadas no tema que circunda a proposta deste
belo trabalho. “Montecristo” exorciza aqueles temíveis medos das bandas de sucumbir,
perecer aos seus primeiros trabalhos, quando lançam seu segundo trabalho.
Com o Magia Nera não há o
que temer, há apenas espaço para dimensionar o seu trabalho, a sua discografia
sob um aspecto amplo, versátil, visando apenas e simplesmente a sua
criatividade que, definitivamente tem se expandido, comparando os dois álbuns
inaugurais da banda.
“Montecristo” é audacioso,
mas nem um pouco pretensioso e indulgente. Traz elementos tradicionais do rock
progressivo dos anos 1970, com pitadas discretas de hard rock, mas que goza
linhas modernas, melodias cativantes e arranjos que embora apresente estruturas
simples, mas que quando seus fragmentos se conectam para narrar a história do
Conde de Montecristo entrega uma complexidade de sons que extrapolam a
qualidade e a irreverência desta banda que, mesmo calcada em períodos
longínquos, dita linguagens sonoras arrojadas e contemporâneas.
E falando em longínqua
história, cabe aqui tecer um pouco da história de perseverança do Magia Nera
que traduz, em tempos atuais, por intermédio de seus trabalhos, a força motriz
necessária para a capacidade incrível de resistência e amor à música que
praticam.
O Magia Nera (Magia Negra,
em italiano), surgiu na província de La Spezia, na região de Ligúria, Foi
formada no ano de 1969 e tinha o nome de La Nuova Esperienza, mudando, no mesmo
ano o nome para Magia Nera, inspirada em um nicho dentro do rock n’ roll que
tinha uma proposta no oculto, no sombrio e em filmes e personagens de terror e,
claro, em bandas como Black Sabbath, Coven, Uriah Heep etc.
Começou a tocar covers, caminho
natural que toda banda costuma seguir e depois começou a compor material
próprio. Em 1970 a banda começou a despertar o interesse do público, da cena
local, em sua região que, apesar de pequena, trazia a banda à expectativa de
seguir com a sua história e gravar um material novo. Participou, com algum
sucesso, de alguns festivais de música, como o Free Festival Pop de Bottagna.
A gravadora Magma Records
demonstrou um grande interesse em colocar o Magia Nera em estúdio, mas surgiu
um infortúnio, a precariedade, a dificuldade de se fazer turnê, as dificuldades
da estrada trouxeram um revés a banda, onde a sua van pegou fogo com todas as
suas fitas, com todas as suas músicas gravadas para o seu álbum de estreia, tudo
virou cinza. A banda ficou muito desanimada porque eles não teriam tempo hábil
para regravar as músicas a tempo e entregar a gravadora para lançar o álbum. O
Magia Nera, em 1973, decide se separar, dando fim a banda.
Em 2017, 44 anos depois, o
Magia Nera, com quase todos os seus membros originais decide se reunir para
trazer à tona as suas músicas levadas pelo fogo, graças também ao selo
independente Akarma Records, distribuído pela Black Widow Records.
Emilio Farro (vocais), Pino
Fontana (bateria), Lionello Accardo (baixo) e Bruno Cencetti (guitarra), além
de Andrea Foce (teclados), que substituiu Orazio Colotto lançaram “L'ultima
danza di Ophelia”, em 2017.
O som da banda, em “L'ultima
danza di Ophelia”, traz aquela camada soturna, sombria, aliado ao peso, uma
“cadência” assustadora, ameaçadora, perigosa. Um hard rock clássico, vintage,
mas novo, rejuvenescido, embora tenham regravado todo o material como eram nos
anos 1970.
Avançando no tempo e retornando ao seu segundo álbum, “Montecristo”, é inacreditavelmente audacioso, ambicioso. E embora seja uma missão quase que impossível, pelo menos para mim, de comentar com maestria e competência técnica, obras clássicas literárias que são transpostas para a música, nota-se com as variâncias rítmicas que o seu principal compositor, o guitarrista Bruno Cencetti, queria e conseguiu traduzir com a ajuda do rock progressivo, os momentos mais importantes do romance de Dumas, da forma como ele, Bruno Cencetti, desejava.
Cada peça, cada fragmento,
cada momento da história de Dumas, foi retratado, traduzido com um aura
diferente e que harmonizou fantasticamente com cada momento, em uma simbiose excepcional
entre som e a projeção de uma imagem daqueles ouvintes que leram ou viram as
adaptações desta obra para o cinema, para aqueles que tem minimamente a
capacidade de imaginar, de deixar, de permitir a imaginação fluir.
Mas não se enganem que toda essa
engrenagem, essa força motriz que conduz a obra literária em um formato musical
pareça indulgente ou arrogante. Mesmo que complexo, versátil, poderoso, é
orgânico, simples e que vai direto ao assunto. Embora orgânico tem a incrível
capacidade de destacar sensações, emoções que nos transporta para a França no
século XIX.
”Montecristo”, por Magia
Nera, não foi concebido de uma forma engessada, em uma dinâmica perfeitamente
igual à do clássico literário, até por se tratar de um álbum de rock, de uma manifestação
musical, Cencetti, o homem por trás da composição, do conceito sonoro, foi
hábil, diria astuto e competente na adaptação e incrivelmente bem dividida, em
formato de narrativa, em cada faixa, em cada música, nos transportando, à sua
moda, com um formato arrojado e extremamente contemporâneo.
A primeira parte, a parte
inaugural do romance, a que “constrói” a figura do Conde de Montecristo tem a
prioridade do Magia Nera neste álbum-conceito, a parte mais obscura, dolorosa,
mas poderosa que os outros fragmentos da história que, em até alguns momentos
chega a ser solar e divertido, mostrando, claro, a arquitetura da vingança, mas
também o glamour de Edmond Dantes e os frutos da riqueza que herdara.
E analisando a obra sob o
aspecto sonoro, instrumental, “Montecristo” é sólido, vivaz, moderno, mesmo
trazendo um álbum conceito pouco em voga em períodos onde a música se tornou
pasteurizada e rasa, além de extremamente marcante e cativante.
Trata-se basicamente de um
álbum de hard progressivo clássico, mas com nuances bem delineadas de frescor,
de contemporaneidade, com muita técnica, habilidade e virtude de seus
instrumentistas com o vocal especial, dando contorno a toda essa atmosfera. Mas
não deixa de soar orgânico, afinal, são uma banda, quatro homens produzindo
música!
E falando neles, a formação
que concebeu “Montecristo” tinha: Emilio Farro nos vocais, Pino Fontana na
bateria, Fabio D'Andrea no baixo, hammond e guitarra e Bruno Cencetti na
guitarra e composição das letras das músicas. E voltando na estrutura sonora de
“Montecristo”, ele traz quatro capítulos, com três partes cada, mostrando um
trabalho sólido e conectado, sendo forte e intenso nas situações mais
necessárias da história e na sua narrativa e não muito solene em outras
situações em outras, mas vamos às faixas dissecadas!
O “primeiro capítulo” é
composto por três faixas: “Il Tradimento”, “Mercedes” e “Il Primo Giorno di
Prigionia”. “Il Tradimento” fala basicamente do cerne da história, do coração
de todos os eventos subsequentes, da traição que Dantes sofre de seu amigo
Danglars, que desejava o posto de capitão do navio que Dantès recebera por
mérito, do Juiz de Villefort, filho do destinatário da carta de Napoleão, que,
mesmo atestando sua inocência, quis silenciá-lo e de Fernand Mondego, catalão
interessado em Mercédès, noiva de Dantès, que o invejava por ser o alvo de seu
amor, tornando-se, quando Edmond foi preso, o futuro marido da catalã. A música
começa decididamente tensa, em uma atmosfera sombria, “dark”, com uma fala, uma
narrativa de Emilio Farro com um timbre muito ameaçador, denso, grave e que
logo evolui para riffs poderosos de guitarra, tudo envolto em um ritmo
envolvente que parece sintetizar a raiva de Dantès ao ser traído e preso
injustamente. Um exemplo de hard prog contundente.
“Mercedes” é dedicado à
mulher que Edmond Dantès amava e que voltara a se casar da última viagem no
navio da companhia comercial para o leste em que ele estava embarcado, mas no
caminho de volta o comandante adoeceu subitamente ao extremo. Antes de sua
morte, no entanto, ele havia confiado o comando da embarcação a esse jovem por
quem tinha grande estima e confiança e ao mesmo tempo lhe havia confiado uma tarefa
arriscada, a extensão e o impacto subsequente em sua vida, Edmond certamente
não podia imaginar, mas qual foi o pretexto para que seus inimigos o
incriminassem. A faixa traz uma guitarra meio latina, raízes espanholas, afinal
Mercèdés era catalã, com instrumentos de percussão, um bongô, em uma sonoridade
sonhadora e contemplativa.
“Il Primo Giorno di
Prigionia” ou “O Primeiro dia do Cativeiro” expressa o ódio pela injusta prisão
de Edmond Dantès, onde por um lado representa a expressão do sentimento malévolo
dirigido contra Edmond por seus inimigos e, por outro, alimenta esse mesmo
veneno que está se desenvolvendo dentro dele, em vez de uma reação legítima à
dor mais moral do que física que ele está sofrendo, tendo perdido não só o
benefício da liberdade, dentro da prisão de segurança máxima da ilha de If, na
costa de Marselha, mas também a possibilidade nada óbvia de contemplar a beleza
das estrelas à noite, fora daquelas estreitas paredes da prisão, além de seu
grande amor distante. E para sintetizar isso musicalmente, vem a guitarra
pesada, com seus riffs baseados em um poderoso heavy rock de Cencetti, com o
vocal igualmente poderoso de Farro, cantado alto e grave, quase que corroborando
com o peso da guitarra, juntamente com o Hammond de D’Andrea, tocado
freneticamente, sustentado por um som envolvente.
O “segundo capítulo” inicia
com a faixa “Ricordi” ou “Memórias” que traz um transborde de emoções que
Dantès sofre na prisão, o ódio fomentado pela vingança, a sua privação de
liberdade, embora traga alguma boa recordação, porque representa o seu último
contato com o mundo exterior que logo rivaliza com a sua atual realidade de
prisão, injustiça e dor. A guitarra limpa de viajante de Cencetti retrata esses
momentos e lembranças de Dantès que logo irrompe em peso com a “cozinha” em
plena sinergia, baixo pulsante e bateria marcada, para personificar o
sentimento de vingança e raiva de Edmond.
“Tempo” denuncia o momento
emocional de Dantès resgatando, até com certa ternura, os seus bons momentos
com a sua amada e o seu trabalho à borda de seu navio, comandando toda a sua
dinâmica pelo mar, mas também é carregado por um tom de melancolia, sobretudo
quando lembra que ainda está preso e o tempo parece não passar. E o acordeão
que introduz a música traz esse momento de melancolia e lembrança, alimenta a
imaginação da condição do nosso herói, e quando sugere algum peso na
sonoridade, ela se desenvolve de forma simples, mas nem um pouco banal, soando
bela, contemplativa, mas ainda assim soa também um tanto quanto “dark”,
definitivamente melancólica.
Mas o rock n’ roll mais
pesado e intenso volta com “Voci Nella Mente” ou “Vozes na mente” que, com uma
sonoridade pesada e agressiva, sintetiza a loucura e irracionalidade em que
Dantès vem sofrendo na prisão. O vocal incrivelmente entrega essa condição
mental do protagonista, quase paranoica e doentia, diria. A segunda parte da
faixa traz a evidência do hammond e violão, alternando entre o peso pulsante.
O “Terceiro Capítulo” (“La
Fuga”) chega com “La Galleria” com uma sinergia incrível entre o hammond e a
guitarra com riffs fortes, bem trabalhados e altivos. Mas quando o vocal de
Cencetti entra traz mais peso, mais força e de uma textura mais arrojada e até delicada
nos instrumentos irrompe em um hard rock poderoso e até, por vezes, agressivo.
“Requiem Per L’abate Faria”
personifica a amizade mais forte e desenvolvida entre Dantes e o abade devido
aos longos anos de clausura e dessa amizade forte será fonte da fuga de Dantès
e também “sofrerá” uma forte carga cultural que o elevaria do ponto de vista
moral e intelectual. A introdução traz um riff de guitarra sombrio, soturno,
mas contemplativo.
“Il Salto Nel Sacco” conta a
ousada e arriscada fuga de Edmond Dantès da prisão. Começa com uma guitarra
cativante e baixo encorpado, pulsante e, em um hard rock cadenciado e de
tendências pop, a música segue em sua levada dançante e narra, em música, a
fuga para um horizonte vazio de mar que o conduz para a liberdade.
O quarto e último capítulo
inicia com a faixa título, “Montecristo”, trazendo uma clara ambientação
clássica, com um viés evidente do flerte do rock com o progressivo. Mas de um
abre alas clássico e austero, irrompe em uma poderosa guitarra anunciando um hard
rock potente e visceral e a partir daí é revelado uma música “coletiva” com uma
intensa e competente participação de todos os integrantes da banda. O momento
que Dantès “Encorpora” Montecristo e, diante de si, ergue-se a “Ilha de
Montecristo”, a sua mãe segura e generosa.
“Il Duello” traz o momento
em que Dantes, o Conde de Montecristo, começa a arquitetar o seu desejo de
vingança e a libertação de um pesadelo que durou 15 longos anos. A música é
introduzida com um belo, cativante e hábil riff de guitarra, com um baixo
pulsante e percussivo, com um hammond que dá uma textura interessante a toda a
música.
E encerra, finalmente, o
álbum com “La Fine” que entrega uma sonoridade totalmente reconfortante, branda
e tranquila com o dedilhar de um violão que logo se encontra com um lindo e
limpo solo de guitarra. O que certamente denota o fim de uma “guerra”, a
vingança de Dantès está completa, mas, como toda guerra, deixa sequelas, algum
estrago, algumas feridas que, às vezes, é difícil de cicatrizar. Mas encontra a
paz ao lado de sua amada, Mercedes, que por um momento achava que não
conseguiria mais amar.
“Montecristo” não é apenas
mais um álbum conceitual, mas o grande álbum conceitual que, em tempos de
músicas descartáveis e pobres, aquelas pasteurizadas, mostra que ainda há
esperança de proporcionar, além do prazer, mas também cultura resgatando um
clássico da literatura mundial.
É inacreditável a
convergência narrativa do clássico de Dumas com a música que o Magia Nera
construiu e por mais que tenha trazido construções óbvias com base no livro e
na sonoridade o fez com estilo, com personalidade, aliando o classic rock, o
hard rock e o prog rock, na dosagem certa, sem sobrepor os estilos, mostrando
versatilidade e teatralidade.
“Montecristo” é um álbum que
foi costurado, manufaturado, com requintes de detalhes, em um artesanato sonoro
que há muito tempo não se via, não se ouvia no rock n’ roll na gama de seus
clássicos conceituais. “Montecristo” sem dúvida pode ser considerado como um “novo
clássico”.
A banda:
Bruno Cencetti na guitarra elétrica
Fabio D'Andrea no baixo e teclados
Emílio Farro no vocal
Pino Fontana na bateria
Faixas:
1 - Il Tradimento
2 - Mercedes
3 - Il Primo Giorno di
Prigionia
4 - Ricordi
5 - Tempo
6 - Voci nella mente
7 - La Galleria
8 - Requiem per l'abate
Faria
9 - Il Salto Nel Sacco
10 - Montecristo
11 - Il Duello
12 - La Fine
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