Quando falamos das bandas
completas de rock progressivo alemão, aquelas bandas que romperam com os
paradigmas sonoros, que bateram com o pé na porta, que mudaram o curso da
história, mas que não tiveram o devido reconhecimento e crédito da cena, da
indústria, dos fãs, não podemos esquecer o grande e eclético FRUMPY.
A história
do Frumpy começa na cidade de Hamburgo, em 1965, com uma banda local chamada Die
City Preachers que é considerada a primeira banda de folk alemão daquela região, quiçá da Alemanha. Descontente
com o vocalista Dagmar Krause, o baterista Carsten Bohn resolveu deixar a banda
em 1969 e com ele foram outros integrantes da banda. O tecladista Jean-Jacques
Kravetz, o baixista Karl-Heinz Schott e a vocalista Inga Rumpf se juntaram ao Carsten e formaram o The New Preachers.
Notando rapidamente a falta de criatividade no
nome, mudaram para Frumpy. A banda participou de alguns festivais,
principalmente do "Essen International Pop & Blues Festival". Foi
lançada uma compilação com duas músicas ao vivo das bandas que participaram do
festival e as faixas escolhidas do Frumpy foram "Duty" e
"Floating".
A boa aceitação lhes rendeu alguns shows pela Alemanha,
França e Holanda, além da participação no programa de TV "Kiel Progressive
Pop Festival". Assim lançaram seu primeiro álbum chamado “All Will be
Changed”, em 1970, um ótimo álbum de estreia que, por não possuir guitarra,
exploraram o uso do hammond.
"All Will be Changed" (1970)
O álbum teve um reconhecimento do público e da
crítica e rendeu alguns shows com o Yes. Mas, ainda faltava algo, faltava peso.
Então a decisão foi unânime: "Vamos colocar em nossa música um guitarrista!".
Assim entrou Rainer Baumann. A notícia foi recebida com ceticismo pelos fãs e
pela crítica, mas eles compraram a briga e para solidificar essa decisão,
tornou-se necessário a produção de um álbum.
E foi assim que nasceu “Frumpy 2”,
de 1971, alvo da resenha de hoje. A formação da banda que trouxe ao mundo
o “Frumpy 2” tinha em seu line-up: Inga Rumpf: vocal, Jean-Jacques Kravetz: órgão, Karl-Heinz
Schott: baixo, Carsten Bohn: bateria e Rainer Baumann: guitarra.
Agora falemos
do álbum faixa a faixa. Começa com “Good Winds” com um lindo solo de guitarra
mostrando a nova faceta sonora da banda, com muito mais substância e arrojo. Um
misto de peso, hard rock, progressivo e música clássica faz dessa música a
extensão de que é o álbum em sua totalidade.
"Good Wings"
“How the Gipsy Was Born” é a música
de grande sucesso do álbum, foi a escolhida para ser o single e o que dizer
desse som, com grandiosos solos de guitarra em uma salutar briga com o órgão
com destaque excepcional do vocal rouco e poderoso de Inga que dá todo o
tempero a música.
Frumpy - Hpw the Gipsy Born, live at Beat Club, Rádio Bremen, 1971
“Take Care of Illusion” tem
viradas de bateria de tirar o fôlego e um órgão tocado de forma tresloucada e
frenética que não tem como não deixar de bater cabeça com essa música.
Frumpy - take Care of Illusion, live at Beat Club, Rádio Bremen, 1971
“Duty” fecha o disco com
muito hard progressivo de qualidade, mesclando com uma psicodelia, uma levada
meio jazzística, um destaque para o hammond e longas viagens instrumentais.
"Duty"
É
inegável o poder de fogo do Frumpy em seus dois primeiros álbuns e que também
sintetiza capacidade camaleônica do Frumpy em levar inovações em suas camadas
sonoras. Inga certamente é uma das melhores vocalistas femininas da história do
rock progressivo, do rock n’ roll em todas as suas vertentes.
A rainha Annie
Haslam tem seu posto de grande vocal, símbolo do rock progressivo, mas algo me diz que Inga
é a melhor por trazer, juntamente com o Frumpy, uma mescla de estilos sendo
difícil categorizar a banda e o seu estilo de vocal. O vocal de Inga sem sombra de dúvidas é o grande regente
disso tudo.
A banda:
Inga Rumpf nos vocais
Jean-Jacques Kravetz nos
teclados
Karl-Heinz Schott no baixo
Carsten Bohn na bateria
Rainer Baumann na guitarra
Faixas:
1 - Good Winds
2 - How the Gipsy Was Born
3 - Take Care of Illusion
4 - Duty
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