terça-feira, 19 de maio de 2020

Birth Control - Live (1975)

Há grandes registros ao vivo na história do rock n’ roll. Grandes músicas ao vivo eternizadas de grandes bandas conhecidas e consagradas pelo grande público. Contudo, alguns grandes registros ao vivo caem no esquecimento ou sequer as bandas são conhecidas. São pérolas obscuras de bandas igualmente obscuras que não entra na estatística das grandes apresentações. Um exemplo é o registro ao vivo excelente da grande banda alemã BIRTH CONTROL do ano de 1975, chamado “Live 1975”.


Esse álbum foi gravado da turnê do álbum “Rebirth” de 1973 e mostra um Birth Control no seu auge criativo. Antes, falemos brevemente da história da banda. Formada em 1968 fundia em seu som um potente e vigoroso hard rock com pitadas progressivas, com um pouco de blues e jazz e nada, quase nada de krautrock, fazendo do Birth Control uma banda diferente e destacada daquela proeminente cena alemã.

O destaque fica para o duelo salutar entre o órgão hammond tocado freneticamente e a guitarra, com uma cozinha poderosa. Uma banda completa!  A curiosidade que envolve o nome da banda que, na tradução literal significa "controle de natalidade", surgiu como uma resposta provocativa a uma declaração do Papa Paulo VI, onde o líder da igreja católica se pronunciava contrário ao uso das pílulas anticoncepcionais. Inclusive essa percepção histórica da banda se materializa na arte gráfica do excelente álbum de 1971 chamado “Operation”.

"Operation" (1971)

O Birth Control, na época deste show, era formado por Peter Föller, no baixo, vocal e percussão, Bruno Frenzel na guitarra, vocal, Zeus B. Held nos teclados, sax e Bernd Noske na bateria e vocal. O show é dominado por muito peso, presença sonora, improvisação e muito progressivo, hard progressivo da melhor qualidade. 

E começa logo com um petardo do segundo e excelente álbum “Operation”, de 1971, "The Work is Done", uma belíssima versão estendida com uma introdução excelente de hammond, depois vem a guitarra gritando feito uma tresloucada e a bateria e vocal agressivo de Noske faz e muito a diferença nesta faixa.


"The Work is Done", Live, 1971

A sequência vem com a faixa do álbum “Rebirth”, "Back From Hell", com mais uma sequência de destaque do órgão hammond, descambando para uma levada bem humorada. Um som poderoso, veloz, dinâmico, com um solo de bateria de Noske de tirar o fôlego, sem firulas, sem soar cansativo e enfadonho. Agora a faixa talvez clássica do Birth Control, extraída de “Hoodoo Man”, de 1972, “Gamma Ray” tocada em uma versão avassaladora de hard rock em ritmo tempestuoso com solos de guitarra distorcidos e riffs blueseiros fantásticos.


"Gamma Ray" - Live in Rendsburg, 1996

"She's Got Nothing on You" do álbum “Rebirth”, mostra-se melodicamente convencional, porém bem rock n’ roll, cantada pelo baixista Peter Foller, apoiado pela voz trêmula de Noske.

E para fechar um cover de Little Richard "Long Tall Sally", em uma versão distinta da original, bem divertida, mas pesada e muito rock n’ roll! Grande show, grande registro. Altamente recomendada de uma banda alemã, como várias outras da década de 1970, obscura, pouco conhecida, mas que dispõe de uma vasta e rica discografia edificada por 50 anos de história. O Birth Control está até hoje na ativa.




A banda:

Bruno Frenzel nas guitarras, percussão, vocais

Zeus B. Held no órgão, Wurlitzer piano, percussão, saxophone, harmonica e vocais

Peter Föller nos vocais principais, baixo e percussão

Bernd Noske nos vocais principais, bateria e percussão 


Faixas:

1 - The Work Is Done

2 - Back From Hell

3 - Gamma Ray

4 - She's Got Nothing on You

5 - Long Tall Sally








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