quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Flyte - Dawn Dancer (1979)

 

Breda, pequena cidade no sul da Holanda, perto da fronteira com a Bélgica, 1972. Jovens estudantes decidiram montar uma banda. Inicialmente era formada pelo baixista Rob Overdijk, o guitarrista Arnold Hoekstra, o baterista Freek Peeters, a cantora Kitty Maanders e o percussionista Hans Marynissen que também era poeta e escritor. Hans era um precoce músico! Tocava percussão desde os cinco anos de idade e participava da banda de metais conduzida pelo seu pai. E os outros membros da banda sondava Hans exatamente por conta de suas habilidades como músico, principalmente como escritor. Ele, inclusive, publicou alguns poemas e ainda escreveu uma peça para uma revista do ensino médio. Era um prodígio!

Após vários meses de ensaio a banda compôs um repertório interessante, autoral com música de Rob e letras, em inglês de Hans. Seguia com uma pegada meio country rock e isso os diferenciava da cena local cujas bandas optavam por tocar músicas de bandas famosas, cover. Eles adotaram o nome “Matrix”, sugestão de Hans e fizeram, finalmente, seu primeiro show em uma festa da escola em maio de 1973, antes de fazer uma turnê pela região com alguma repercussão.

Hans Marynissen

Em outubro de 1973, Jack van Liesdonck e seu irmão, Pim, se juntaram ao Matrix como roadies. Jack, que havia aprendido a tocar violão e recebido aulas de piano desde os 15 anos de idade, antes de começar a tocar jazz, reforçou a banda. As mudanças na formação aconteceriam pela primeira vez. E não ficou apenas com a entrada de Jack. No início de 1974 Hans Hoekstra emigrou para o Canadá, Kitty largou a música e Freek deixou a banda para se tornar baterista profissional, entrando no lugar o exímio baterista e percussionista Hans Boeye.

Hans Boeye

Complicou! Os músicos restantes procuraram substitutos e fizeram um teste com o guitarrista Ruud Wortman. O cara tinha uma reputação, por ser autodidata e ter tocado em algumas bandas locais. Claro foi recrutado ao Matrix.

Ruud Wortman

Até o nome da banda mudou! Por sugestão de Hans, novamente, a banda mudou seu nome para “Grace”. Era uma homenagem a namorada dele. Entrou também para o agora Grace o baterista Frank Berkers, outro atuante da cena local e do guitarrista e vocalista Theo van der Holst.

A banda começaria do zero, tudo de novo. Músicos novos, nome novo, tudo novo. Até mesmo a vertente musical foi modificada, talvez pela entrada de músicos mais arrojados, o country rock deu lugar para o rock progressivo, hard rock e classic rock e essas novas sonoridades permeavam nas suas novas composições, mas alternavam com algumas músicas covers, que variava de Santana, The Allman Bros., Camel, King Crimson etc. Sua primeira música autoral composta, “Brain Damage” foi composta por Ruud, Jack e Hans e, a partir daí, o Grace começou a se apresentar em Breda e Roosendaal e colocou seu novo show em prática.

Jack van Liesdonck

Em maio de 1975 descobriram que existia uma banda inglesa que se chamava Grace também e foram obrigados a mudar novamente seu nome. Eles optaram por “Flight”, mas o soletraram FLYTE para destacar em material de divulgação. Uma grafia diferente poderia gerar um impacto no seu início. E será essa banda que falarei na resenha de hoje. Duas semanas após a mudança do nome o Flyte abriria o show para uma banda conhecida da Holanda chamada Alquin em Nieuwendijk, mas, uma nova baixa: Theo van der Holst deixaria banda, logo em seguida.

Em julho de 1975 uma banda chamada “Space”, que tocava músicas dos Rolling Stones, Led Zeppelin e Bad Company, além de blues rock diversos, fez um show de despedida em Stabroek, no lado belga da fronteira.

Space

O vocalista Ludo Cools e o tecladista Leo Cornelissens, que eram do Space, foram abordados pelos caras do Flyte que fizeram um convite para Ludo e Leo entrarem na banda. Convite aceitos pelos dois! Foi fácil a negociação afinal compartilhava das mesmas predileções musicais. Ludo era um belo vocalista, tinha um vocal forte capaz de flertar entre tons graves e agudos e Leo trouxe à banda muitas composições originais. A participação deles foi determinante para a postura da banda nos palcos, no estúdio, fazendo com que a banda amadurece.

Ludo Cools

No verão de 1975 a nova formação do Flyte, com Ludo e Leo, abriu o festival ao ar livre de Essen, na Bélgica e tocou ao lado da banda holandesa Earth and Fire, um pouco mais famosa. Com um microônibus Mercedes personalizado com o novo logotipo da banda, feito por Hans, o Flyte embarcou em uma pequena turnê pelas cidades que faziam fronteira com a Holanda e a Bélgica, são elas: Antuérpia, Roosendaal, Dorst e Essen.

Durante essa série de shows, a banda apresentou suas novas músicas escritas por Leo, enriquecendo seu repertório. Eles tiveram até uma ideia de uma ópera rock chamada “Into the Mounth of the Night”. Com isso, com essa temática conceitual, seus shows costumavam durar cerca de duas horas e meia com vários efeitos de luz e fumaça. O aspecto teatral da banda também estava no ritual com Ludo se adornando com fantasias.

Flyte

As novas músicas provocaram um forte trabalho da banda com enfoque intensivo de ensaios, com novas ideias testadas, com uma estrutura razoável para boa onde se gravavam até os shows para servir como apoio para novas ideias. Músicas como “I Am Beautiful”, “Slower Than Clouds and Bigger” e o instrumental “Ceremonies” foram inteiramente concebidos a partir dessas improvisações e ideias.

O Flyte estava ganhando projeção e abriu o festival de Breda, aparecendo no mesmo projeto que Focus, Kaz Lux e The Flying Burrito Bros. Em janeiro de 1977 as revistas holandesas “Music Maker” e belga “Joepie” destacavam espaço em suas edições a artigos sobre a banda. Mais mudanças aconteceram! Gijs havia saído a essa altura e Vic Storm, um baterista voltado para o jazz, o substituiu, Rob Overdijk voltaria à banda, depois que a banda triunfou no Festival de Tilburg, aparecendo com Herman Brood e Sweet D’Buster, abrindo ainda para Alquin em Roermond. Eles adicionaram ao som da banda um mellotron e um clavinete para enfatizar um aspecto mais sinfônico a sua música.

Novas fitas demos foram gravadas na Bélgica com um amigo do Flyte, Roel Röring que ainda participando com vocais de apoio. Kees van Gool substituiu Maurice Fraeymann como operador de PA. Como Toon havia emigrado para Portugal, Arnold van Walsum se tornou o novo empresário da banda. Um novo design do logotipo da banda foi impresso em pôsteres, adesivos e camisetas. Nos shows a banda começou a ensaiar material para o seu álbum de estreia, finalmente e que provisoriamente foi intitulado “Cast of the Stars”.

Eles selecionaram suas músicas favoritas para esse momento, incluindo composições mais antigas como “Dawn Dancer” e “Woman”. Seus shows estavam se tornando cada vez mais espetacular, profissional mesmo. O público estava adorando todo o aspecto sonoro e de produção de palco.

Em outubro de 1977 o Flyte tocou alguns sets em uma escola secundária de Antuérpia, sendo transmitido, ao vivo, pela rádio belga chamada BRT. Nessa ocasião eles deram uma exibição a algumas seções da ópera projetada, integrando-as habilmente em novas músicas como “You’re Free” e “I Guess”. Eles tocariam músicas mais recentes como “The Doors Inside”, Millions of Mornings” e “How she Dances”.

Em janeiro de 1978, Hans Boeye, um renomado baterista belga, substituiu Vic Storm. Filho de um respeitado músico flamengo, ele estudou música desde cedo e teve uma bateria profissional aos 15 anos. Depois de uma curta temporada com uma banda do ensino médio, ele se juntou ao Llamb, uma banda com o violinista americano Michael Zydowsky que tocou com Flock.

Em março de 1978 demos das faixas do álbum foram gravadas nos estúdios Just-Born, em Hekelgem. Esses estúdios eram de propriedade de Luc Ardyns, empresário da lendária banda belga Isopoda. Nesse ponto, nova baixa na banda! Rob deixaria definitivamente o Flyte, sendo substituído pelo vocalista e baterista Peter Dekeersmaeker.

Peter Dekeersmaeker

Em maio de 1978 o Flyte tocou trechos de seu repertório para Fritz Valcke, dono do estúdio Kritz, em Kuurne, na Bélgica. Valcke e seu engenheiro de som, Michel Barez, foram conquistados pela qualidade da música do Flyte e decidiram produzir o primeiro álbum da banda.

Os caras entraram em estúdio em julho de 1978. Eles conseguiram gravar todos os padrões rítmicos de suas músicas ao vivo em uma tomada! Gravações adicionais foram feitas sob a direção de Michel Barez e as sessões foram distribuídas por vários meses, dependendo da disponibilidade do estúdio. Hans Marinyssen saiu em outubro, mas continuou como letrista da banda. Ludo assumiu as funções de percussão no palco e no estúdio.

A banda assinou um acordo de distribuição com uma empresa holandês chamada Oldway e publicou as músicas pela Oldmill, que era dona do pequeno selo Don Quixote. A Oldmill impôs seu produtor interno, Geoff Hardisty, à banda, mas ironicamente sua parte no processo de gravação provou ser insignificante. Eqnaunto isso, Fritz Valcke passou a ser o novo empresário do Flyte.

Novas músicas foram gravadas e mixadas durante novembro e dezembro de 1978. No dia seguinte ao Natal, Flyte tocou em um festival em Breda ao lado de Jan Akkerman, Solution e Fruit, uma banda composta por seu ex-baterista Frank Berkers e o cantor Roel Roring. Até fevereiro de 1979, a banda trabalhou na produção de seu álbum, que apresentou sua primeira composição, "Brain Damage". Peter também havia criado esboços para uma nova música intitulada "Aim at the Head".

A banda decidiu chamar seu álbum de "Dawn Dancer", mas renomeou a faixa "Dawn Dancer" para "Your Breath Enjoyer", para evitar confusão. Ludo escolheu ser creditado na capa sob o nome de sua mãe, Rousseau. Um grupo de apoio feminino, o Emily Delen Singers foi convidado por Leo para cantar em "Heavy Like a Child", enquanto Roel Röring cuidou de todo o resto dos vocais de apoio. A capa foi desenhada por um amigo de Geoff Hardisty, representando o personagem "Dawn Dancer", enquanto o logotipo da banda também foi retrabalhado de forma estilizada.

“Dawn Dancer” foi finalmente lançado em março de 1979, mas a banda ficou insatisfeita com a prensagem considerando um número insuficiente. No entanto o álbum teve muita repercussão nas rádios holandesas e as críticas à imprensa foram altamente elogiosas.

Não sou muito afeito a comparações, acho demasiado arriscado e suscita discussões, em dado momento, totalmente desnecessárias, mas ouvir o Flyte, com seu “Dawn Dancer”, me remeteu à cena Canterbury, principalmente ao Camel, mas não se enganem estimados leitores, não podemos traduzi-lo como plágio. Sempre foco na questão da inspiração, na influência, levando em consideração, principalmente, na influência que foi o Camel para o prog rock. Nota-se texturas evidentes de progressivo sinfônico e de classic rock, em alguns momentos.

O álbum é inaugurado com a faixa “Woman” já começa solar com solos vibrantes e diretos de guitarra. O vocal logo entra melódico e dramático, cantado de forma cristalina e competente. A música, com algumas mudanças rítmicas, vai de uma contemplativa balada a sons mais pesados capitaneados pela guitarra, tendo a textura excelente dos teclados. Na metade da faixa o solo de guitarra é mais proeminente e os teclados trazem notas sinfônicas. Excelente!

"Woman"

Segue com “Heavy Like a Child” que traz o vocal, igualmente melódico e dramático, praticamente à capela, mas logo entra a bateria altiva, marcada, cheia de viradas e baixo mais vívido. Surge um solo de guitarra e logo em seguida uma viagem meio psicodélica vocais em coro determina uma faixa mais austera e cheia de recursos sonoros, corroborados pelo teclado meio experimental e logo se traveste de um intenso prog sinfônico. Uma música bem versátil!

"Heavy Like a Child"

“Grace” começa suave, viajante e contemplativa, com dedilhados sutis de guitarra e teclas que trazem essa textura, mas entra a “cozinha” com sua boa sessão rítmica que encorpa a faixa, mas que logo volta ao ponto de partida. E assim alterna e entre essas mudanças rítmicas tem solos avassaladores de guitarra que é de tirar o fôlego. Não podemos negligenciar a pegada meio dançante entre essa “salada” sonora. Fantástica faixa!

"Grace"

“You’re Free, I Guess” começa mais simples e direta, diferente da complexidade das faixas anteriores, talvez uma introdução mais comercial. Teclados induz uma veia meio dançante, vocal ecoam na mente, melódico e por vezes meio soturnos é um destaque à parte. Talvez não seja a faixa mais inspiradora do álbum, mas, ainda assim, é válida a audição.

"You're Free, I Guess"

“Aim at the Head” vem intensa, pesada! Riffs de guitarra trazem tal textura, mas logo fica mais cadenciada, com, mais uma vez, uma pegada dançante. O vocal nessa faixa é desconstruído, um pouco mais rasgado e até sarcástico, em alguns momentos. Os solos de guitarra trazem de volta o peso inaugural. Mais uma vez as mudanças de andamento se tornam destaque nessa bela música.

"Aim at the Head"

“Your Breath Enjoyer” começa mais operística, ao estilo Genesis, mas é estranha, porque segue em uma vibe mais jazzística, dado momento. Fica mais pesada com riffs de guitarra e solos mais básicos, porém que são peso à faixa. Os teclados dão sustentáculo à música e as suas mudanças de ritmo.

"Your Breath Enjoyer"

“King of Clouds” começa quase angelical, suave, discreta, mas logo entra o teclado que, em um clima contemplativo, entrega uma balada, com o vocal suave e melódico corrobora esse clima de balada rock, com a adição de solos limpos de guitarra. E esse solo se estende e traz a sensação de leveza, de que a alma sai do corpo e viaja a dimensões jamais vistas e sentidas. Incrível!

"King of Clouds"

E fecha com “Brain Damage” que vem mais pesada, com riffs de guitarra mais agressivo, tendo nos teclados seu belo “rival” trazendo um pouco mais de leveza à faixa. O vocal determina essa leveza e a guitarra logo surge límpida e viajante. O embate entre leveza e peso está na “dosagem” certa, perfeita, diria.

"Brain Damage"

Infelizmente, a distribuição da Oldway foi ruim e, para piorar as coisas, a gravadora faliu depois que apenas 2.000 cópias do disco foram prensadas. O disco foi imediatamente excluído. No entanto, algumas outras centenas de cópias foram prensadas e vendidas alguns anos depois pela empresa que comprou o material (e que encontrou uma cópia de uma fita master do álbum de Flyte) da Oldway. Com “Dawn Dancer” fora do mercado, a banda conseguia poucos shows Contra as gravadoras que não tolerariam o lançamento de um segundo álbum, Ludo e Ruud deixaram a banda, desencantados.

Em abril de 1980, Flyte se estabeleceu em Kalmthout, Bélgica, e recrutou o vocalista Rudi Fabeck e o guitarrista Walter Meuris. Em maio, essa nova formação do Flyte fez seu primeiro show em Essen antes de embarcar em uma curta turnê com shows em Antuérpia, Hamme, Brugge, Eeklo, Breda e Gent.

Em agosto de 1980 a banda gravaria uma fita demo com suas novas músicas: "Shoreline Castle", "The Battle of Forever", "Killer Cure" e "Weld and Amazing", todas destinadas à inclusão em um segundo álbum. Este deveria ter sido chamado de "Cast of the Stars", assim como seu primeiro disco, mas nada aconteceu. Uma última tentativa de sucesso foi lançada em novembro de 1980, quando a banda retornou ao Kuurne Studio para gravar um single às suas próprias custas. Este apresentava "Killer Cure" e uma nova versão de "Aim at the Head". Foi distribuído por uma subsidiária da Don Quixotte chamada Assekrem, mas embora essas faixas tivessem uma pegada bem rock n’ roll, passaram despercebidos em uma época em que a new wave estava em ascensão. Cansados de tantas frustrações, o Flyte decidiu se separar após um show de despedida em Essen, em 13 de fevereiro de 1981.

Três anos depois, no entanto, em 1984, um show de reunião ocorreu em Essen. A banda tocou todo o seu primeiro álbum e o material que havia sido reservado para o segundo. Mais tarde, Hans Marynissen se tornou o percussionista de uma banda de metais chamada Vsop, que lançou um álbum. Ele também trabalha como empresário e engenheiro de som. Leo emigrou para a Inglaterra, onde trabalha para uma empresa agrícola.

Hans Boeye tocou com várias bandas e aparece no segundo álbum do Kitchen of Insanity, uma banda fortemente influenciada pelo The Doors. Atualmente, ele toca com Ben Crabbé e The Floorshow. Ruud se tornou um guitarrista de estúdio, indo para os EUA, onde tocou com uma banda chamada Sea Breeze antes de retornar à cena holandesa. Jack é um disc jockey, Peter se tornou advogado e Ludo um funcionário público.

As músicas dizem muito o que o Flyte se propôs a criar em seu “Dawn Dancer”: Um rock progressivo genuíno que trazem muitas inspirações dos períodos iniciais do prog rock lá pelos anos 1970, 1971 e 1972. Visões de música clássica, prog sinfônico, jazz rock são sustentações de sua música. Por mais que não possa soar como algo revolucionário, principalmente levando em consideração o seu período de lançamento, trazem estruturas bem edificadas de um genuíno rock progressivo e suas vertentes. Aos apreciadores do estilo, “Dawn Dancer” é uma pérola, uma excelente pedida.

O famoso selo underground “Musea” relançou, no formato CD, “Dawn Dancer” para a alegria de fãs aficionados pelo prog rock e que, de certa forma, ajudou, claro, a difundir essa pérola perdida do fim dos anos 1970. Tal relançamento completou 30 anos em 2024 e fica a espera e a expectativa de possíveis novos relançamentos para que o maior número de pessoas possíveis possa ter esse trabalho magnífico em mãos, ao que apreciam mídia física. E quem sabe também as novas músicas que comporia o segundo álbum possa vir à tona algum dia. Pérola mais do que recomendada!




A banda:

Lu Rousseau nos vocais e percussão

Ruud Wortman na guitarra acústica e elétrica, além dos vocais

Jacky Van Liesdonk no piano acústico e elétrico, clavinete e sintetizadores

Leo Cornelissens no órgão, Mellotron, String Ensemble e vocais

Peter Dekeersmaeker no baixo e vocal

Hans Boeye na bateria e percussão

Hans Marynissen na percussão

 

Com:

The Emily Delen Singers nos backing vocals na faixa 2

 

Faixas:

1 - Woman

2 - Heavy Like a Child

3 - Grace

4 - You:Re Free I Guess

5 - Aim at the Head

6 - Your Breath Enjoyer

7 - King of Clouds

8 - Brain Damage 



"Dawn Dancer" (1979)














 




































Nenhum comentário:

Postar um comentário